quarta-feira, 10 de julho de 2013

O Amor (1)

Preciso amadurecer.
Crescer diante de um mundo
Desavergonhado de sua própria nudez
Amante de seus próprios venenos

Preciso inconformar
Diante da estupidez sentimentalidade
Egoísta, hedonista
Que deseja intensamente a si

O mundo vê o que lhe agrada
E o veneno que lhe mata
É o ônus de sua própria impiedade
Porque somente a si quer

O amor já não existe
Desde muito se destituiu de valor
Quando fez do outro algo para si
Ao invés de ver a si mesmo, algo para o outro.

Os mesmos olhos que veem o mundo
São cegos em sua natureza
Deixa de ver a necessidade alheia
Para sentir somente sua própria fome

O amor não é provado
Pedindo provas do mesmo
Mas prova-se sim
Que amor do pedinte não há

Prova-se amor internamente
Somente nós sabemos que amamos
A parte do outro é acreditar ou não
Na verdade que professamos

Leia em si mesmo
Se o que se vive
E não somente o que sente
Está nas palavras a seguir

O amor é sofredor, é benigno;
O amor não é invejoso;
O amor não trata com leviandade,
Não se ensoberbece.

Não se porta com indecência,
Não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Então não apenas entenderá o amor
Como saberá onde estão as falhas
E não pense que é utopia
É somente a verdade que você não consegue viver

"Sentir amor" fora disso
É querer para si
O que é feito para o outro
E torna o outro escravo de seu hedonismo medíocre

Querer ser amado é genuíno
Querer ser amado primeiro
É puro egocentrismo
É arrogância audaciosa de se ver maior do que é.


Felipe Wagner

Um comentário:

  1. Olá, vim retribuir a visita!

    Maravilhosas palavras! De fato o amor não é egoísta, é uma troca genuína, se de mesmo valor não importa. Se de fato é amor, nem a intensidade e nem o tempo importam, importa amar de todo o coração e honestamente para consigo e com o outro.

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